Na atividade realizada em 23/03, no CEU Butantã estiveram presentes cerca de 150 pessoas da comunidade, além dos técnicos da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA), Secretaria de Habitação (SEHAB), Subprefeitura Butantã (SP-BT) e Sabesp. Apenas não estiveram presentes os técnicos da Secretaria de Infraestrutura e Obras (Siurb), responsável pelas obras de contenção das margens do riacho Água Podre.
A intenção deste encontro era promover uma reunião ampliada entre a comunidade e os técnicos dos diversos órgãos públicos envolvidos com as atividades da execução do Parque Linear. Neste sentido, foi apresentado um breve histórico do Parque, que teve início em 2006,
prevendo a requalificação do fundo do vale e trazendo melhorias para a região como um todo. Dentre as várias conquistas deste processo foi destacada a organização da comunidade formando a Comissão de Moradores, a ampliação da extensão da área do Parque, o processo de desapropriação da área das nascentes do riacho, o processo de reassentamento da comunidade Maria Lúcia na própria região e a ação integrada entre diferentes órgãos municipais e estaduais.A Sabesp apresentou as ações previstas dentro do programa Córrego Limpo, e apontou o mês de maio com sendo o limite para a entrada de suas obras de coleta de esgoto na região do córrego Água Podre (bacia hidrográfica). Atualmente a poluição da água do riacho (medida em DBO *) está 150mg/l e a meta após as obras da Sabesp é chegar em 30mg/l, fazendo do córrego um lugar sem cheiro, com águas cristalinas e a possibilidade de haver vida na água. Como desafio da manutenção desta entrada está o licenciamento das obras e a desapropriação de uns imóveis.
Alguns dados interessantes sobre a região! Vivem na região da bacia deste córrego cerca de 17.000 pessoas, ele tem como extensão 1,16Km, são produzidos nesta região cerca de 31 litros de esgoto por segundo!
A Sehab apresentou o processo que está sendo realizado na região da comunidade Maria Lúcia, mostrando desde a remoção para aluguel social de algumas famílias, até a desapropriação de terrenos na própria região e como está o processo da construção dos conjuntos habitacionais. Foram mostradas imagens do projeto localizando onde serão os prédios e de como deve ser a planta dos apartamentos.
Uma das questões que envolve a remoção de uma comunidade é a de pensar na manutenção daqueles que moram e tem suas atividades econômicas ali, por exemplo, pequenos comércios, prestação de servições etc. Pensando assim a SB-BT apresentou o Centro Integrado do “Esmaga Sapo”, que busca não somente criar espaço para os comércios existentes na comunidade, como criar espaços multi-uso, vestiários e melhorias no campo, permitindo a presença de projetos como Criança em Ação. Esta estrutura foi projetada para a beirada do campinho do Esmaga Sapo.
Buscando passar para a comunidade como se dá o processo de transformação e melhorias em projetos de parques lineares, a SVMA apresentou outros projetos que ocorreram na cidade. Como o projeto do Parque Água Podre está em finalização, foram mostradas imagens ilustrando as possibilidades para a região, como mesas para jogos, bancos, áreas de convívio, paisagismos, travessias para o riacho, equipamentos de lazer e ciclofaixa.
Encerrando as falas a Comissão de Moradores mencionou o valor da presença da comunidade no acompanhamento das atividades do Parque e que este processo significa uma conquista. Tentando recompor a história do bairro, foi solicitado que as pessoas que vivem há mais tempo na região se manifestassem a fim de contribuir com depoimentos e imagens. Para fortalecer a mobilização comunitária foi anunciada a importância da comunicação boca-a-boca sobre o projeto e a adesão ao grupo de moradores da região.
Os ganhos para a região dependem de como sentimos o nosso morar. Moramos em um local bem maior que a nossa casa! Moramos numa rua, num bairro, numa cidade..... e viver bem depende de como atuamos por estas realidade!
(*) DBO, significa Demanda Bioquímica de Oxigênio. Esta medida significa a quantidade de oxigênio necessária para que as bactérias trabalhem e consumam a matéria orgânica presente na água. Quer dizer que quanto maior for este valor, maior a poluição e maior a necessidade de oxigênio para purificar a água. O contrário também é verdade.
Oi César!
ResponderExcluirObrigada pelo relato! Meu vizinho mora ali desde da década de 60.Quem sabe ele não tem fotos? Vou perguntar.
Não tem como conseguir as imagens mostradas pela Sehab e disponibilizá-las no blog?
Abs
Olá Patrícia e demais amig@s!
ResponderExcluirSem dúvida este resgate histórico enriquecerá o nosso conhecimento e pertencimento pela região! Se seu vizinho topar, estamos pensando em fazer umas entrevistas. Uma descrição do passado também é um belo registro!
Abraço,
Cesar
O correto era literalmente canalizar e cobrir com
ResponderExcluirterra e colocar grama por cima e criar quadras de
esporte, corrego a ceu aberto sempre vai ser corrego contendo ratos e mau cheiro, esses politicos.
Olá Fábio!
ResponderExcluirNosso desafio é justamente promover um convívio harmônico entre os moradores da região e o riacho. Pense em todas as possibilidades de ter um corpo d'água limpo perto de casa.... Claro que isto depende de educação e parceria, mas é um sonho possível! Apenas esconder aquilo que não está bonito é fácil e não resgata possibilidades naturais! Sejamos a mudança que queremos nas nossas comunidades! Gratos pela opinião, Comissão de Moradores